22 abril, 2017

Em estado Catatónico


Deambulo me por este chão onde firmo os meus pés, o mesmo que me levita o corpo, em puro estado catatónico.
Passiva nas minhas não ações, imóvel entre olhares que me cruzam e nada me despertam. A inércia apoderou se do meu corpo, outrora consumido pela exuberância do teu existir.
Sinto te ao longe. Consigo inalar o cheiro que emana do teu corpo. A minha pele sente o conforto do teu toque. Mas ainda assim, estás ali, ao longe, onde a minha mão não te consegue alcançar.
Todo o meu corpo reage á luxúria que a tua memória me trás, invadido por uma onda de choque que me desperta e vulcaniza de imediato.
Neste estado apocalíptico, as pernas trémulas cedem. Aqui me tens, inerte, em estado puro, despida de tudo o que nos ultrapassa, rendida de joelhos aos teus pés. 

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