30 maio, 2017

Vem


Vem (te) comigo,  para mim, em mim, até sem mim. Vem (te) com tudo, em tudo, mas sobretudo vem.
O importante é vires...

27 maio, 2017

Escravidão


Pele que se dissolve na demência dos desejos, na relutância das palavras não ditas, mas sentidas até ao esgotar de todas as letras. Sons emitidos entre lábios que se pressionam na tentativa de omitir em si o grito do prazer descontrolado.
Derreto me em flashes delirantes das tuas mãos que se perdem em mim, esculpindo detalhadamente os porquês da nossa existência neste espaço temporal. 
O teu corpo como solo árido, envolto agora em fertilidade quando o meu magnetismo te atrai os sentidos. Quando os meu sentidos mergulham involuntariamente nos teus.
Neste entrelaçar impetuoso de quereres inadiáveis, presos ao aqui e agora. Ao que se quer urgente. Ao que se quer já. 
Escravos da necessidade da fusão dos corpos.

26 maio, 2017

Fome


Saciarás deste corpo os desejos mais insanos que o teu grita.
Alimentarás esta fome de ti que me revira os sentires mais profundos e obscuros.
Pedirás que te sirva dos meus lábios o sabor da tesão que nos une.
Beberás de mim o mais doce dos nectares, matarei a minha sede no mais requintado cálice que o teu prazer absoluto me serve em doses de espasmos e gemidos descontrolados. 

24 maio, 2017

11 680 Dias


Foram e são 11 680 pedaços de mim dados ao Mundo. 11 680 dias de evolução, alguns de regressão ideológica.
Dos 11 680 dias que me trouxeram até aqui recordo alguns que me marcaram, alguns de forma positiva outros nem tanto, mas como diz o poeta " As coisas vulgares que há na vida Não deixam saudade Só as lembranças que doem Ou fazem sorrir". A saudade... essa palavra que atrocida os sentires, que consegue despedaçar os sonhos.
11 680 dias de esperança no amanhã.
11 680 dias de lágrimas que enchem rios, mas de sorrisos que transbordam oceanos.
11 680 dias de lições que ficam para sempre marcadas na alma, e algumas que fiz questão de tatuar na pele.
11 680 dias de mãos dadas a quem conseguiu de alguma forma contornar esta grande muralha da China que construí à minha volta.
11 680 dias de amor aos que caminham, com passos de bebé, ao meu lado. Sem medo dos meus tombos, porque serei eternamente uma criança a aprender a dar os seus primeiros passos, à medida das quedas aprende se a saber levantar.
11 680 dias, porque não comemoro anos, celebro vida, e essa acontece todos os dias!

23 maio, 2017

Somewhere Only We Know


Eu andei por uma terra vazia 
Conhecia o caminho como a palma da minha mão 
Senti a terra sob os meus pés 
Sentei me ao lado do rio e ele completou me
Oh coisa simples, para onde foste? 
Estou a ficar cansada e preciso de alguém para confiar 
Encontrei uma árvore caida 
Senti os seus ramos a olhar para mim 
É este o lugar que nós costumávamos amar? Este é o lugar com que eu tenho sonhado? 
Oh coisa simples, para onde foste? 
Estou a ficar velha e preciso de alguma coisa para confiar 
E se tiveres um minuto por que não vamos Conversar sobre isto num lugar que só nós conhecemos? 
Este pode ser o fim de tudo 
Então porque não vamos 
Para um lugar que só nós conhecemos? 
Oh coisa simples, para onde foste? 
Estou a ficar velha e preciso de alguma coisa para confiar 
Então diz me quando me vais deixar entrar Estou a ficar cansada e preciso de um lugar para começar 
E se tiveres um minuto por que não vamos Conversar sobre isto num lugar que só nós conhecemos? 
Pois este pode ser o fim de tudo 
Então porque não vamos 
Para um lugar que só nós conhecemos? 

Despires de Alma


Pediste que fosse Senhora de me despir das capas negras do tempo. Das enchentes de sorrisos que dou ao Mundo quando por dentro carregava o fardo das tempestades pelas quais ainda não me ultrapassei, que estão presentes em cada inspirar de vida.
Pediste me que fosse eu, aquele ser que poucos conhecem, e os que conhecem, podem apenas ver e ter uma parte. A cor negra que trago junto ao corpo é a definição exata da minha alma em súplicas por cores, por vida, embora as carregue todas em mim, adormecidas.
Mas poucos o vêem,  acham apenas uma forma de estilo, fútil, um assumir de modas,  de gostos.
Acedi ao teu pedido. A tua mão foi me estendida, como se estende a mão a uma criança prestes a cair, a minha queda estava eminente, como está todos os dias em que me agarro com toda a força que cultivo em mim, aos corrimões que esta estrada me vai pondo no caminho.
Curtos e pesados, assim foram os passos que dei, corajosos e majestosos despires de alma, acutilantes, alguns agonizantes.
As quedas do percurso não pilares de existência, que nos fazem rir das marcas um do outro, ali, sentados no chão que nos marca a pele e nos tatua as enfermidades mais banais mas que nos pertencem.
Partiste antes mesmo de chegarmos à meta onde a luz da superfície nos espreitava, reluzente em ânsias pelo encerrar de ciclos que nos consomem. Foste cedo demais. E eu, fui fraca demais por não te ter conseguido arrastar comigo, por não ter ido à fonte, à luz da meta para te trazer um pedaço de esperança. Para te trazer o oxigénio que precisas para olhar novamente para a vida.
Meu querido amigo, aprendi contigo que quando vivemos demasiado tempo no escuro, olhar a luz fere a vista.

Soma de Tudo


Sou uma soma de tudo, deste tudo dentro do nada que sou.
Fui esculpida pelos fantasmas que me atormentam e as sombras que caminham ao meu lado, pelo negro que trago a cobrir me a pele e a alma cheia de arco íris escondidos aos olhos dos que meramente me vêem.
Talhada a medos e ânsias, a recantos obscuros e lágrimas que queimam a pele. Talhada para o infinito, para o que não se vê, para o que está para além do palpável.
Nesta soma de tormentos, de inquietudes existe um Eu e existe Esta, personagem sem nome, que dou todos os dias ao Mundo.

Caçador


Quantas vezes o caçador não é a presa disfarçada?
Assim caminhas sorrateiramente atrás de mim... como um lobo faminto, rastejando pela estrada que armadilhei criteriosamente para a tua passagem. Nela cairás vezes sem conta, tropeçando na minha eterna negação, mas também é ali que te estenderei a mão e te levantarei pedaço a pedaço. Degustando vagarosamente as delícias que escondes, provando o teu corpo.
Banhados pela lua que nos guia, escondidos pelas sombras da nossa alma, assim caminharemos disfarçados, eu como presa e tu o eterno caçador de almas.

22 maio, 2017

Poder


Nesta cama, deitada, indefesa, presa ao teu poder, ao nosso desejo...
Sinto te. O teu olhar viola o meu sem que este o possa ver. A tua respiração perto da minha pele. Os teus dedos que me tocam levemente, fazendo me tremer, arrepiando cada recanto escondido deste templo que te pertence.
Velarás este corpo, contemplando o, entre rasgos de insanidade, sorrindo a cada pedido meu para que me presenteies com o teu corpo dentro do meu. Usarás o poder que te ofertei para me fazeres passar pelo purgatório, antes de me fazeres subir aos céus, onde me perderei nas trevas deste inesgotável veneno fervilhante que me plantaste nas veias. 

21 maio, 2017

Vida depois da Morte


Porque és Dono desta vontade. Senhor deste feitiço que me alimenta o corpo. Rei deste pedaço de carne, que tantas e tantas vezes quer o seu último suspiro eterno nos teus braços, como se fosse possível morrer naquele instante de loucura, em que a carne se descontrola e a mente fica em suspenso.
Como se a vida após aquela morte fosse suplicada em gemidos e pedidos de possessão. 

19 maio, 2017

Olho Te


Olho te profundamente na busca do prazer que recebo de ti quando prazer é a única coisa que os meus lábios te querem dar naquele instante de vida.
Penetras a minha alma com a oscilação da tua respiração ofegante, em gemidos ritmados que te aumentam a combustão, que me fazem aumentar a intensidade com que te sorvo, com que te tomo como meu. Eternizo na minha mente o momento em que me invades com o néctar da perdição, latejante entre os meus lábios. 

Primavera


Por mais espinhos que a vida te ofereça, por mais lágrimas que te faça derramar, por mais que elas te ardam na pele, por mais que querias largar a mão que te prende à vida... agarra te ao corpo que se abre em pétalas,  que te espera como a pétala espera a primavera para existir. Como o meu colo espera a imensidão da tua alma, como a minha alma anseia a tua existência. Nesta eterna primavera, que desabrocha a cada toque que nos transcende. 

De Mãos Dadas


Quando duas imperfeições se unem, quando duas almas perdidas em si mesmas se fundem, quando o palpável não passa de mero adereço, sabemos, que diante nós nasce a perfeição de alguma coisa sem nome, algo que nos define, aqui, neste espaço entre vidas.

18 maio, 2017

Câmara Ardente


"Quero-te em câmara ardente
E conhecer o teu destino
Decidi-lo e perpetuá-lo
Realizá-lo antes de ti

Quero as sombras do passado
Aclarear em fogo ardente
Chorar-te e perder-te
Lembrá-lo quando o vivi

Encontrar a tua carne
O sabor do nosso leito
Ler na tua pele palavras
Que sorvo e seco em memórias

Aquecer o meu corpo
Na forja que é meu desejo

Não me enganas com o cheiro a mortulho
Teu corpo é quente o sangue fervilha-te nas veias"

Bizarra Locomotiva

17 maio, 2017

Perpetuada


Perpétuo me no teu corpo em chamas, quando a minha pele te afaga o desejo, pulsante e hirto num rasgo de hipnose momentânea que se eterniza no tempo. 

16 maio, 2017

Querer-Te


É um querer doentio, que se propaga na pele, que se esgueira pela mente e brota na carne.
É um querer insaciável que mesmo quando me tomas e embraveces este corpo que te súplica, não acalma, não se esgota. Nunca se finda.
É a demência que comanda o desejo, a loucura que comanda o impulso, a exactidão do que se quer que comanda o movimento.
É um querer com tudo, para tudo e despido de tudo. É a imensidão do sentir, do permitir e ainda assim do querer omitir.
É um querer que se passeia em mim de forma amiúde à espera de se esbaldar em prazeres, de se estampar na primeira curva da racionalidade.
É um querer-Te. 

15 maio, 2017

Sacrifício


Prisioneira do desejo que me perfura a pele, que me faz salivar ansiando que pelas tuas mãos seja levada às portas da insanidade momentânea.
Espalhadas pela mesa estão as cartas deste jogo de poder viciado, em que é Rainha e Senhora a liberdade, aquela que apenas se atinge em pleno quando a sua renúncia é a única opção.
Rendo me à voz que dentro da minha mente implora para que a siga, de olhos vendados.
Toco o meu corpo já desperto, sedento do êxtase que as tuas mãos lhe prometeram. Sabendo, ainda assim, que não sou merecedora de o atingir, que o sacrifício de ficar em espasmos a suplicar pelo culminar da minha explosão é ordem dada, e ordem acatada. Perco me em mim, por entre os gemidos e a recusa, entre a vontade e a razão.
Neste jogo em que és Dono e Senhor desta mente submissa, que se alimenta de antecipações, sabendo que o quase, um dia será um todo.  

13 maio, 2017

Faminta


Massajando lentamente... deslizando sobre ele toda a urgência de o sentir entrar de rompante neste corpo que se contorce ao ritmo do desejo. Que se contorce faminto por um pedaço teu. Nesta fome que se tenta matar, mas que a cada tentativa renasce ainda mais intensa e incontrolável. 

12 maio, 2017

Despida


Pulsante te sinto quando as tuas mãos suplicantes se agarraram às minhas ancas e num toque quase despido de razão, me puxas para ti.
A minha respiração ofegante pela tua presença nas minhas costas, deixa soltar o primeiro gemido quase em surdina, quando a tua pele despe a minha e me deixa vulnerável à loucura que trazes no corpo.
Entras em mim sem que licença seja pedida, desfazes os teus devaneios nos meus. Entranhas as tuas vontades nas minhas.
Com estocadas fortes e penetrantes, violando me quase o ventre que em espasmos te recebe.
Trago a tua mão marcada no corpo, o teu sexo marcado na carne, e na mente os flashes que me transportam até nós. 

Fusão


Vou fundir te nos meus labios, tomar do teu desejo, embriagar me na minha sede. Uma fusão que se quer urgente, como urgente é o meu querer. O meu corpo pulsa a cada latejar que te sinto, os músculos contraem se a cada deslizar de língua sobre ti. Esta fusão imperfeita de sabores, onde o pecado mora em cada pedaço tocado, em cada pedaço de carne sentido. 

09 maio, 2017

Balançar


Se o meu corpo segredar ao teu
Os desassossegos que traz
O desejo delirante que o consome
Serias tu homem capaz
De me fazer gritar o teu nome?
Se o meu corpo sussurrar ao teu
As loucuras que a minha mente desenha
Poderia a tua pele
Acalmar o que em mim se entranha?
E de todas as vezes
Que a minha mente se perde na tua
Conseguirias tu despir me a alma
Deixando me completamente nua?
Neste fragmento que sentidos enaltece
Nesta hipnótica dança 
Serás tu o homem
Sobre o qual o meu corpo balança 

08 maio, 2017

Encontros


Mãos, pedaços de um corpo que penetram no meu. Violando este querer incontrolável que assola a minha mente em constante viagem pelo mundo que habita em ti. Que se misturam com a minha pele molhada pelo prazer de ter em mim. 
Em puro delírio apocalíptico o  meu corpo atinge o grau de suprema loucura, latejante, em espasmos ritmados e constantes, contorcendo se sobre mim própria deixando me sem saber o meu próprio nome. Aquele que trazes cravado, nesse corpo também ele perdido em tentações, e encontrado no momento, o nosso. 

07 maio, 2017

Atrocidades



Como golpes quase atrozes de prazer, infliges em mim o pecado insano da carne. Penetras cada recanto meu com doses exageradas de visões luxuriantes da nossa entrega, em que cada pedaço teu pertence a cada pedaço meu, num encaixe perfeito de dois corpos perdidos em desejos e achados em êxtase comum. 

06 maio, 2017

Escolhas


E de todos os sabores que o meu corpo já provou, eu escolheria o teu. De todas as mãos que no meu corpo já tocaram, eu escolheria as tuas. De todos os corpos que já me consumiram eu escolheria o teu. E de todos os lábios que já me sorveram, eu escolheria os teus.
E de todas as vezes que fomos singular no plural entre aquelas quatro paredes, fomos pertença um do outro.

05 maio, 2017

Completa


De corpo exausto pelo tormento da alma procuro te pelos resto de vida que vou colhendo do chão, os que deixei cair da última vez que aos teus pés me penitenciei na súplica pela tua permanência.
De alma em reboliço busco pelo aconchego do teu peito, pela paz dos teus dedos que se perdem no meu cabelo, pelos lábios cheios de nós que pousam em mim.
Naquela fracção de tempo em que o tempo não existe, naquele intervalo de vida em que a morte espreita, deixo me levar pela sabedoria do teu silêncio no meu. É ali, naquele espaço temporal só nosso que provo o sabor da palavra "completa". 

Plenitude



É a intensidade que vive em mim que transforma um minuto numa vida. Mas também é ela que me fará arrepender de dar tudo de mais a quem quer tudo de menos. 
Esta bússola de vida que me deixa tantas vezes sem norte, este presságio de catástrofe eminente, este vulcão em constante ebulição. 
É por ela que me oriento no caminho turbulento e desconhecido que desbravo,   sabendo que será sempre ela a causa da minha queda e da minha ascenção. 
Os comuns chamam lhe intensidade eu... chamo lhe plenitude.

04 maio, 2017

Demência


Alimento me desta doença que me assola o corpo, e me atinge a ferro e fogo a mente. Desfaço me em mil pedaços de mim mesma quando me sinto perto da tua pele, quando é o teu cheiro que inalo, quando é a tua energia que absorvo, mesmo que seja longa a estrada que nos separa. Como se a loucura se apodera se de mim, e os devaneios fossem proporcionais à minha demência, aquela que me arrebata quando em ti pouso os sentires por breves e escassos segundos de vida. Ali morro e ali renasço, entre o que digo e o que calo, entre o que sinto e nego, entre a razão de não te ter e a tua delirante presença. 

03 maio, 2017

Chuva


"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir
São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder"

Jorge Fernando

Mestria


Promovi a tua apoteose momentânea, sentei te ao lado dos Deuses e bajulei a tua existência. 
No grau de mérito que ainda não defeni, és Dono e Senhor deste pedaço de templo a que chamo de corpo. 
A tua pele que toca a minha com a mestria de um pianista e me faz vibrar ao som de teclas tocadas num frenesim, na melodia do teu corpo sobre o meu. 
Aqui, neste fragmento de tempo em que te pertenço, o compasso da sinfonia transforma se na sintonia perfeita entre dois dois corpos que se querem, no pecado da gula partilhado, duas mentes arrebatadas pelo desejo inadiável. 

02 maio, 2017

Quis



Quis te como se precisa do ar que se respira. Inspirei de ti todas as palavras que não disseste, expirei de nós todos os gestos silenciados. E neste pedaço de tempo, perdido em datas e achado nas horas perdidas, quis te da forma mais nobre deste querer que assola a alma e alimenta o corpo. Quis te sem interrogações, mas cheia de exclamações. Vírgulas colocadas onde o corpo já exausto precisava da calma e da paz que a pausa me trazia à alma. 
Estrangulada em sentidos, sufocada em mim própria, quis te da única forma que sei querer, por inteiro, sem máscaras e reservas, sem tempo mas com todo o tempo que me resta. 

01 maio, 2017

Fim


Assim, de corpo em espasmos e delirante, te despedes da minha boca que te devorou, até à última e derradeira gota do cálice que quente me escorre nos lábios...

Beija me



Beija me com perguntas silenciadas e te responderei com as mãos que escorrem em ti, com os segredos que guardo nos meus lábios. Abraça me em perguntas e te responderei com a língua que descobre e explora a tua pele, aquela que dás a conhecer à minha. Toca me sem perguntas e te responderei com os dedos que se perdem nas mechas do teu cabelo, puxando te para perto do meu corpo que te chama em destemido êxtase. 
Guardas os segredos que te estrangulam naquele ponto ínfimo na tua nuca, naquele em que ofegante recebes a loucura que trago na boca. 

Na Ponta dos Dedos


As tuas mãos que deslizam sobre o meu corpo, sedento do teu. Consigo sentir a ânsia na ponta dos teus dedos, a urgência que te consome, urgência de me consumir. Os teus lábios que tocam delicadamente o meu pescoço, que me sussurram os quereres que trazes contigo. As tuas mãos que palmilham o meu ventre, descendo deliciosamente, quase enfurecidas pela tesão que partilhamos. Perco me entre os teus cabelos e as tuas costas, onde cravo as minhas unhas à medida que se torna insuportável suster um gemido que teima em sair.